Estas seis criptomoedas são as seleções dos analistas para o segundo semestre, à luz do aumento de 86% do Bitcoin

Especialistas indicam a perspectiva de um avanço mais significativo de criptomoedas de menor porte nos próximos meses.

Especialistas indicam a perspectiva de um avanço mais significativo de criptomoedas de menor porte nos próximos meses; confira quais são as mais promissoras.

O Bitcoin (BTC) concluiu o primeiro semestre de 2023 com seu melhor desempenho em quatro anos, registrando uma sólida recuperação de 86% após um desafiador ano de 2022, durante o qual chegou a alcançar o valor de US$ 15.500. Desde novembro, o crescimento da criptomoeda atingiu 100%, com seu valor cotado a US$ 31 mil nesta manhã.

Outras criptomoedas também experimentaram aumentos, embora de forma mais moderada. O Ethereum (ETH), por exemplo, encerrou o período com ganhos de 57%, enquanto o Cardano (ADA) teve um aumento de 19%. Por outro lado, a BNB, que foi impactada por regulamentações nos Estados Unidos, sofreu uma diminuição de 2%.

 

Diante da significativa disparidade entre o Bitcoin e o restante do mercado, a premissa de diversificação em ativos digitais perde força?

De acordo com especialistas, a resposta é negativa: aqueles que monitoram de perto o mercado continuam a acreditar que as criptomoedas de menor porte ainda poderão vivenciar um período de valorização expressiva, retomando a época em que apresentaram retornos de três dígitos em apenas alguns meses.

Confira a seguir quais são as criptomoedas que demonstram um maior potencial de ganhos nos meses vindouros, exibindo uma notável assimetria de risco-retorno, ou seja, apresentam risco, mas com a possibilidade de obter ganhos substancialmente superiores. Essas seleções foram feitas com base nas avaliações de analistas entrevistados pela reportagem.

 

Aave (AAVE)

Uma das primeiras a ingressar no âmbito das finanças descentralizadas (DeFi), a Aave (AAVE) se destaca como uma plataforma virtual que possibilita a obtenção instantânea de empréstimos colateralizados, expressos em criptomoedas, sem a necessidade de análise de crédito.

Esse tipo de solução frequentemente é empregado por negociantes para impulsionar posições alavancadas e, tipicamente, se beneficia em períodos de entusiasmo do mercado, quando as atividades de negociação se intensificam.

Durante sua participação no Cripto+, Vinícius Terranova, um investidor-anjo de projetos relacionados às criptomoedas, destacou que algumas métricas estão indicando um retorno gradual dos usuários a esses tipos de projetos após o período mais desafiador do mercado. Agora, os usuários estão voltando a alocar recursos em projetos desse tipo, como por exemplo, fornecer liquidez a empréstimos em troca de compensações.

Segundo ele, o volume de fundos depositados em certos protocolos já registrou um aumento de quase 800% ao longo deste ano, o que sinaliza que o interesse por plataformas DeFi está possivelmente se solidificando. A Aave, sendo um dos principais projetos nesse setor, tende a ser uma das beneficiadas.

Outras aplicações da Aave também são bem recebidas pelos especialistas. “A Aave é um dos projetos proeminentes na tecnologia blockchain. Grandes empreendimentos estão sendo desenvolvidos, incluindo a parceria com o projeto piloto do Real Digital. É crucial ficar atento, pois existe a possibilidade de um crescimento significativo nos próximos meses”, afirma José Artur Ribeiro, economista e CEO da corretora Coinext.

 

Avalanche (AVAX)

Considerada como uma das concorrentes do Ethereum que ainda não alcançou seu potencial máximo, a Avalanche (AVAX) foi recentemente apontada por analistas como um projeto com um futuro incerto.

Entretanto, Terranova destaca que existem soluções significantes em desenvolvimento dentro dessa plataforma. Entre elas, ele menciona a Trader Joe (JOE), outra aposta sua, que opera como uma DEX (Exchange Descentralizada), uma corretora de criptomoedas que opera sem um controle centralizado e sem custódia dos ativos dos usuários, minimizando assim os riscos de contraparte.

“Trader Joe é uma das ‘cópias’ mais promissoras da Uniswap, e deslanchou com o desenvolvimento de novidades que a Uniswap adoraria ter. Ultrapassou muito as capacidades da Uniswap em facilidade para as pessoas utilizarem”, explicou.

 

Chainlink (LINK)

Outra criptomoeda que está firmemente presente na carteira de investidores experientes em criptomoedas é a Chainlink (LINK), um projeto que estabelece conexões entre dados do mundo real e blockchains, além de possuir várias colaborações com a maioria dos protocolos construídos na tecnologia blockchain.

“O time da Chainlink apresentou uma robusta visão das mais diversas aplicações em seu último relatório trimestral, o que deixou os investidores ainda mais animados com o que está por vir”, Análise fornecida por João Kamradt, Diretor de Análises e Investimentos na Viden VC.

Um dos aspectos notáveis, conforme esclarece, é a introdução de um novo protocolo que capacita a Chainlink a operar como uma ponte para estabelecer conexões entre distintas blockchains, abordando um dos desafios persistentes da indústria (diferentes redes que não são interconectadas).

O token LINK atualmente se encontra em um nível de desvalorização substancial, acumulando uma queda próxima de 90% a partir da sua cotação máxima atingida em 2021. Caso ocorra uma reversão desse cenário, o potencial de lucro seria considerável.

“Na última queda, seu preço chegou a ficar no valor de US$ 5, mas hoje, menos de um mês depois, já está próximo dos US$ 6,50. É um ativo relevante e que vale acompanhar não somente este mês, como os próximos”, sugere Kamradt.

 

Near Protocol (NEAR)

Outra blockchain que busca rivalizar com o Ethereum, a Near Protocol (NEAR) registra alta procura na plataforma da Coinext, afirma Ribeiro. “É um projeto que vem consolidando apps descentralizados e games em blockchain podem utilizar esse protocolo”, fala.

Kamradt, da Viden VC, também investe sua confiança nesse empreendimento, em parte devido às parcerias estratégicas estabelecidas com a montadora Skoda (Índia) e com o gigante do comércio eletrônico Alibaba (China).

“Mesmo sofrendo com o contágio e desvalorização após o colapso da FTX e da Alameda, a Near não perdeu o foco e continuou entregando valor para o seu ecossistema”, destaca.

 

Polkadot (DOT)

Outra concorrente do Ethereum, a Polkadot (DOT), está sob a observação tanto de Terranova quanto do diretor da Viden VC.

“No último Polkadot Decoded, Gavin Wood (fundador do projeto) anunciou a visão futura do protocolo como um supercomputador global”, afirma Kamradt, ressaltando que o plano de longo prazo da Polkadot inclui modificações no processo de leilões das redes internas do projeto, denominadas parachains.

“Como uma das [blokchains] com maior número de desenvolvedores, é útil ficar de olho em futuros desenrolares que o ativo pode ter neste e nos próximos meses”.

Polygon (MATIC)

Consensual entre os analistas consultados pelo InfoMoney, a Polygon (MATIC) é uma criptomoeda que sustenta uma blockchain parceira do Ethereum, contribuindo para aliviar a carga da sua rede durante períodos de aumento do volume de transações.

“O token MATIC vem sendo muito usado como meio de fazer transações mais baratas em relação ao Ethereum”,esclarece Ribeiro, da Coinext.

O projeto também é notado por sua promissora liderança, composta por desenvolvedores à frente de uma renomada empresa de software globalmente respeitada — responsáveis, por exemplo, pela concretização da criptomoeda Nucoin, do Nubank.

“A equipe por trás da Polygon propôs mudança na arquitetura e aumento da segurança da Polygon PoS (seu principal produto atualmente)”, diz o diretor da Viden VC.

Ele recorda que o próximo comunicado sobre o projeto está agendado para a próxima segunda-feira (10) e tratará da economia do token MATIC. “Esse anúncio possui o potencial de induzir alguma reação no mercado, devido à perspectiva de uma ampliação das funcionalidades do token no ecossistema das soluções da Polygon”.